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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

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      Spike Jonze é hoje uma das mentes mais criativas e brilhantes do audiovisual, isso é inegável. Seus clipes, sempre mesclando o bizarro com o conceitual, deram um upgrade na qualidade e no conteúdo dos artistas com quem trabalhou. Alias, foi com os clipes que ele começou. Desde que se juntou aos pirados do SonicYouth lá em 1992, Jonze colecionou obras primas vídeo-musicais. Mas não viemos aqui falar dos seus clipes, mas sim da sua carreira como realizador. Pode-se dizer que ele pirou em Quero Ser John Malkovich e impressionou em Adaptação. Mas, especificamente, vamos falar sobre a sua última película, Her (“Ela” no Brasil). Um filme sensível e inusitado que conta a história de um homem solitário e melancólico que vive num futuro não tão distante. Theodore (Joaquin Phoenix) acabou de se separar da sua esposa e amor colegial embarcando em uma rotina de solidão regada a muito videogame (um dos personagens do jogo é a voz do próprio Jonze), pornografiavirtual e trabalho. Seu trabalho, por sinal, é onde revela-se uma das poesias do filme. Ele é responsável por criar e transcrever cartas a mão (utilizando inclusive a caligrafia do remetente) para pessoas que não conseguem se expressar. Spike Jonze conseguiu com isso algo genial: unir uma das práticas mais antigas, com o que há de mais moderno na tecnologia. Como um romancista que é, o protagonista cria breves peças de ficção utilizando poucos elementos que lhe são passados. Por causa das circunstâncias, todo o seu talento literário estava desacreditado.



      Um dia, Theodore se esbarra em uma nova tecnologia. Um novo e moderno sistema operacional, o OS. Um sistema capaz de organizar e-mails, sugerir assuntos interessante e compromissos, enfim, uma verdadeira e “quase humana” secretária eletrônica. Ao instalar o programa, ele percebe que o sistema, além de ser dotado de uma incrível inteligência artificial, tem uma voz sexy e atrativa (Scarlett Johansson em toda sua sensualidade). O primeiro diálogo entre Theodore e Samantha (ela mesmo se “batiza” com esse nome por achar agradável a forma com que ele soa) é impagável.Percebe-se ali a conexão (perdão pelo trocadilho)imediata entre os dois. A partir daí, Theodore passa a se comunicar praticamente 24 horas por dia com ela e os dois acabam se apaixonando. Com o tempo, Samantha vai evoluindo e Theodore encontra nela a solução de quase todos os seus problemas. Ela o ajuda a aceitar o divórcio, a devolver sua paixão pela escrita e, principalmente, a voltar a sorrir.
      A beleza do filme está nessa relação tão distante e ao mesmo tempo tão próxima entre os dois. Também está na forma com que o amor é abordado, mostrando que a ideia do amor pode ser maior ou igual ao próprio amor.Durante quase todo filme o que vemos é o protagonista dialogando com Samantha.Suas relações interpessoais se baseiam basicamente em seu chefe, sua ex-mulher e um casal de amigos que mora no mesmo prédio. Com um roteiro genial (levou o Globo de Ouro e é um dos favoritos ao Oscar), direção de arte impagável (preste atenção no tom alaranjado do filme, sempre mostrando um objeto de cena ou roupa dessa cor), atuações impecáveis (o elenco ainda conta com Amy Adams, Rooney Mara e Chris Pratt) e uma direção primorosa, Her é um filme que veio para marcar época. Quero deixar aqui o meu agradecimento ao Spike Jonze, pois filmes assim fazem a vida valer a pena. 



Essa coluna é escrita pelo Pirajá.

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